Adeus


Adeus.
Por fim, adeus.
Os meus lábios tomaram o gosto das lágrimas 
como em tantas outras noites.
Hoje, pela última vez.
Já não me importa o que possas pensar.
Tão pouco me interessa como interpretaste as 
minhas últimas palavras...
Essas palavras que faltavam para que finalmente 
pudesses partir de mim.
E assim foi. É. Adeus.
E aí vou eu, novamente eu! – e que saudades eu tive minhas! – 
Cheia de medos mas a trasbordar amor;
Desfeita mas sem conseguir parar de acreditar, de sonhar.
Surpresa ainda da minha capacidade de ainda te querer tão bem, mesmo já não te querendo.
É isso que me define. É esta capacidade de colocar o amor a frente
 de tudo o resto – que nada é mais que isso mesmo: resto!
E foi por isso que me perdi tanto...
Mas foi exatamente por isso que me voltei a encontrar.
Adeus.
Obrigada pelos bons momentos que vivemos, 
e igualmente pelos menos felizes.
Obrigada por me fazeres entender que a fragilidade 
não significa fraqueza.
Espero que te encontres também.
 Ainda nos dói mas temos de continuar.
Vou devagar, sem pressa de chegar. Até porque sei apenas 
para onde não quero ir.
E se continuar sem conseguir entregar-me a mais alguém, 
é porque não é a hora.
Vou lentamente... até porque a pressa, como ambos agora sabemos, 
não nos leva a lugar algum.
Eu sei que tudo ainda continuará muito presente,
Eu sei que o meu coração vai parar quando te vir - como parou
naquela sexta-feira - mas eu tenho tempo...
E hoje, definitivamente, digo-te adeus.
 Adeus porque, apesar de ainda te lembrar e viver, 
já não quero que sejamos.
Que a vida me leve até onde seja minha meta ir.
Apenas sei que ela já não passa por ti.
Adeus.
Finalmente, adeus!

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