Quase.Deixo?



Cavalgas o meu teu corpo.
Quem és tu afinal?
Tu que me montas num pranto sem igual,
E eu deixo. Deixo?
Consegues ser tão doce e selvagem,
Não gostaria de ti de outra maneira.
Percorres as tímidas linhas do meu corpo em chamas
E não perguntas se podes! E nem pedes perdão!
És bruto... Covarde!
E eu deixo. Deixo?
Quando sinto essas mãos ásperas
Que contrastam com as pontas macias dos teus dedos
Quase que os sinto cravarem-se na minha carne. 
Quase.
Arduamente, docemente.
Quase que te desejo. Quase.
É essa magia que me faz não querer largar o teu corpo.
Mas eu largo! Quase que o largo. Quase.
Tu rasgas-me. E rasgas-te comigo,
Misturamo-nos e não ousamos pensar nisso.
Estou-me a cagar para isso! Quase que estou. Quase.
Olhas-me como se estivéssemos numa perseguição 
digna do National Geographic.
Queres comer-me. Indecente!
E eu deixo. Deixo?
Não. Não terás de mim.
Ainda que esses olhos vincados me tentem corromper.
Há tantos olhares! 
E...nenhum é o teu.
Quase que deixo. 
Quase. 
Deixo?

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