Se soubesses



Mais um dia chegou ao fim
A angústia da tua ausência assombra-me mais uma vez.
Tomas conta de mim...
E como me mata relembrar-te.
E como me mata não te relembrar.
Será que ainda sentes como eu sinto?
Diz-me se consegues rir até ás lágrimas mas, tal como eu,
Quando as luzes se apagam, quando tudo o resto parte,
Quando só tu te restas,
Tu, despido de tudo que não és, de gente que não te é,
Diz-me... ainda sentes que te falto como eu 
sinto que tu me faltas?
Que és forte todos os dias mas, ainda assim, 
a fraqueza te visita a toda a hora?
Talvez penses como eu, que ainda ontem 
demos aquele primeiro abraço,
Que ainda ontem estávamos a rir como loucos pela 
coisa mais estupida do mundo que só mesmo nós entenderíamos.
Que ainda ontem prometemos o que não soubemos manter...
Será que a saudade do que poderíamos ter sido 
também te corrói?
Ficou tanto por dizer que já nem as palavras nos salvaram.
Mas bastava-me a tua mão. A mão que me faltou.
Bastava-me o teu “sim”. O “sim” que me prometeste
 e morreu na névoa da incerteza ou do medo.
Fizeste-me viver... Mas para me matares.
Disseste-me o que há tanto tempo desejava ouvir
 e largaste-me a mão.
Se ao menos soubesses o quanto me entreguei (tua)...
Se soubesses que dar-te-ia muito mais (para sempre tua).
Se soubesses... (amei).
Como é possível sentir-te ainda tanto se já não somos?
Se não nos demos a oportunidade de sermos.
Será que ainda te sou como tu me és?
Talvez um dia entendas.
Guardo-te. Na dor (e no amor).
Que partas de mim.

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